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domingo, 2 de dezembro de 2012

 DUIA E CASCALHO

 A ARTE DE SE JOGAR FUTEBOL

DUIA E CASCALHO, QUANDO JOGAVAM PALMEIRAS DE BLUMENAU,  EM 1966., NO CAMPEONATO CATARINENSE DE PROFISSIONAIS.  DUIA , BANCÁRIO, RESIDE ATÉ HOJE NAQUELA CIDADE.

                 Tivemos em nosso futebol antoninense, em épocas diferentes,, duplas, trios de irmãos, muitas vezes no mesmo time, que irei abordar futuramente: Branco e Aércio (que muitos o chamam de Ércio), Álvaro e Alceu, Ariel e Arãozinho, Ari e Guilherminho, Roberto e Edgar come vela, Arnoldo, Aroldo e Alcione, Maravilha e João Pinto, Agnaldo Santana e Leocádio, Juarez e Juazir, Dirceu e Alceu Cipó, Jamil, Gito e Tico Fayad, Herbert e Hezir Zicote, Ademir e Aroldo Pistola, Adinho e Beto,  Miro e Leonel Pixote, Hélio, Edson  e Ewaldo, Durval e Claudinho, Vitinho e Vando, Leléco e Totola, Macico e João Honório, Vadinho e Baíco, Vadinho Urso, Alceu e Albino, dos que me lembro nesse momento, mas, hoje, vou falar de dois irmaos craquesde bola: Duia e Cascalho.
                   Duia, nos conhecemos no Brasílio Machado, no 2º ano escolar, naquela primeira sala em frente ao Jikiti. Eu, com 11 anos, e ele, 13 ou 14. Cascalho era ou parecia mais velho e ficava lá atrás com Pimenta, Jura e outros bagunceiros. Duia era uma cara quietão, enquanto Cascalho era o anverso. Duia sentava lá na frente, encostado na parede, e Cascalho me puxava pela gola do avental e dizia "quando a dona perguntar quem sabe pra nós, aqui, diga que você sabe. Não deixe ela perguntar pra mim, se não, eu vou te dar um cascudo..."  Bem, a nossa professora  do 2º ano, era dona Lourdes e era muito boazinha. Daí, a turma deitava. No ano seguinte era com dona Tidoca. Os bagunceiros, sabendo que não iam ter vida fácil com ela, foram todos pro Rocha Pombo e só Duia ficou. Com dona Tidoca, o bicho pegava. Quando ela não podia, mandava direto pro seu Leôncio. Daí, era o fim de carreira pro bagunceiro. Essa turma da foto, eram todos Patricinhos; faziam lição de casa, não faltavam aulas, etc. 






    Em 62, 63, Duia e Cascalho já eram titulares da zaga daquele timão do C.A. Batel e eu ainda tinha 14, 15 anos e não me conformava de Duia virar zagueiro, afinal, no Brasílio ele era meia esquerda e o ataque Marcus Porvinha, Ademir Colotário, Herbert, Duia e Vitor Lagartinho, era uma máquina. Dois anos mais tarde, em 1965, é que eu fui jogar contra eles pelo 29 de Maio. Duia, quando fazia a zaga com o veterano Anibinha, era um show. Era zagueiro de matar a bola no peito na área pequena. Não dava um chutão. Era craque como Cicico do XV ou Patesco do 29. Outras vezes, a zaga era Duia e Baíco e  o entrosamento era perfeito, passar ali, não era fácil. Baíco era da escola mais antiga e chegava junto. Depois deles, zagueiros clássicos, só Paulo Capivara.   
           Quem foi e voltou, foi o craque Cascalho, nosso João Ramalho, que por aqui, foi o maior. Jamil,  dizia que quando jogava contra o Batel, Cascalho se fazia de morto, só tocava a bola pela esquerda (que já tinha Macico e Mililique voando) e de repente, Osmair entrava em diagonal, do outro lado, pela direita e Cascalho fazia o lançamento. Daí, era duro de segurar Osmair. Marcando, ele ficava falando o tempo todo "não venha pra cima e mim, que eu tomo a bola". E, tomava. Saía jogando na defesa em qualquer situação. Bola cruzada na área quando vinha da esquerda do ataque, Cascalho costumava a matar no peito e naquele perereco, ele usava aquela canhotinha santa. Diziam que ele não gostava de cabecear, resultado do jogo em 1961, na decisão do tetra.




            O jogo é o dessa foto, em Morretes contra o Operário, na decisão do campeonato de 1961, quando o Batel conquistou o tetra-campeonato com o gol de Macico. Nos últimos dez minutos foi um sufôco. Nesse jogo, o goleiro Pedrinho foi expulso, lá pelos 35 do 2º tempo e quem foi pro gol, foi o Romário. Duas, ou três faltas na entrada da área e em uma delas, conta o meu ídolo Pimenta, que a barreira se adiantou e o adversário bateu forte. A bola amorteceu na barreira e sobrou pra Tatão que emendou um balaço que Cascalho defendeu de cabeça.O jogo parou e Cascalho, ali, alguns minutos meio desmaiado e a torcida do Operário achando que era "cera". Depois, continuou, e segundo o próprio João Ramalho, nunca mais pôs a cabeça na bola. Joguei muito contra ele e era seu fâ, incondicional e constatava a cada jogo o que Jamil, Onamar e tantos outros confirmavam: Cascalho, foi o maior lateral esquerdo do futebol antoninense.

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