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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

 

JAIR HENRIQUE

CRAQUES DO FUTEBOL ANTONINENSE

 O ATLETA AMADOR MAIS PROFISSIONAL QUE CONHECI    

          Nos brilhantes campeonatos amadores do futebol antoninense do anos 60, após o C.A. Batel conquistar o Tetra campeonato (que contava com a participação de grandes equipes de Morretes), se continuava a ver desfilar verdadeiros craques, alguns consagrados que não quiseram ser profissionais por suas razões particulares e as revelações que surgiam a cada ano e que, em sua maioria, seguiam profissionalmente pelo Rio Branco ou Seleto, de Paranaguá, mas principalmente, pelo Clube Atlético Paranaense que se abastecia em Antonina desses grande jogadores, entre eles, Jair Henrique, o atleta amador mais profissional que conheci. Já em 63, foi protagonista importantíssimo na famosa campanha do C.A. Batel quando foi campeão do interior da FPF e que perdeu no tapetão para o Monte Alegre. Pois é, nessa final o nosso Jaíco (pelo que conta o livro do C.A. Monte Alegre), bateu nada menos que 11 (onze) pênaltis e fez dez  (10) gols! E, na casa do adversário... E, mais. Em campo, tinha Jamil Fayad, Lilinho, Macico, Osmair, Romário. Com personalidade e competência, foi lá despachou o grande Monte Alegre (que acabou campeão, ganhando do Real, em Curitiba).
            Camisa 10 do XV de Novembro S.C. no tempo em que se chamava de ponta-de-lança, isto é, aquele que joga quase na área, raciocina rápido, dribla e finaliza ou pôe o companheiro na cara do gol.  Entretanto, as equipes adversárias também tinham grandes jogadores na meia cancha e sempre foi ali que se resolviam os jogos e aos poucos, foi se adaptando  a armar mais as jogadas e acabou criando o espaço para o craque Dirceu se consagrar (filho do seu Reginaldo e irmão de Alceu Cipó) como um grande camisa 10. Nesses dois anos 62 e 63, Jair Henrique foi o rei do meio campo, levando o XV ao bicampeonato. É verdade que contava com coração valente de Nêga Gibi e o fantástico Leonel Pixote (que vão ser meus personagens) e de um baita plantel com Catita, Mário Simão, Argeu, o zagueiro craque Cicico, Zezo, Alceu e seu irmão Vadinho Urso, Ildemar, Otávio, Henrqiue, Jocyr, Juazir, Juarez,Cipó, Alceu Pó, Miltinho (Irmão de Dodô).
           Jair Henrique era um amador que chegava primeiro a todos os treinos; coletivo ou físico e era sempre o último a sair. Treinava pênaltis, faltas e lançamentos. Fazia todos os exercícios que o treinador mandava, principalmente, seu Chevalier, que sabia mandar sem dar um grito e Jair sabia a importância do que dizia. Tanto, que é professor em Educação Física e nessa área, também foi e é, brilhante   
              Jogar em um grande  clube como o Clube Atlético Paranaense era inevitável e de 1964 a 1969, foi protagonista em grandes Atletibas, CAPCAF (Atlético e Ferroviário), fez muitos gols e jogadas incríveis. Com seu toque simples e eficiente na bola, participou nesses seis anos de Atlético Paranaense, de um dos maiores times da história do CAP quando disputou o Robertão (torneio que reunia os maiores times do Brasil) e  foi companheiro de grandes craques do futebol brasileiro e mundial, como Belini, o capitão da seleção brasileira campeã na Suécia, a lenda Djalma Santos, bi campeão do mundo, Zequinha do Palmeiras, também campeão do mundo, Dorval, do famoso ataque do Santos FC, Zé Roberto, ídolo dos rubronegros e dos coxas, Nilson Borges, o Bocão, um jogador espetacular, além de Sicupira, do qual é muito amigo.  Jogar e ganhar do Santos de Pelé, por 3 x 2. Derrotar o Internacional de Porto Alegre, por 3 x 1. Dar de 4 x 0 no Corinthians, de Rivelino, ganhar do Náutico e da Portuguesa, empatar com o Bahia, São Paulo, Grêmio e a dupla FlaFlu, é uma experiência inesquecível. Mesmo perder de 3 x 2 para o Atlético Mineiro de Dario e pelo mesmo placar para o Vasco, para a Academia do Palmeiras de Ademir da Guia, de 3 x 1 e até de 4 x 1 para o Cruzeiro de Raul Plassmann, Piazza, Tostão e Dirceu Lopes, é gratificante para um profissional. Perdemos de 1 x 0 para o Botafogo de Jairzinho, o furacão da copa de 70 em uma 4ª à noite no Durival de Brito, quando Paulo César Caju (o novo Pelé) deu um chutão pra cima, lá do meio campo e o goleiro Célio tomou o gol. Foi um time inesquecível
O XV DE NOVEMBRO BI-CAMPEÃO DE 1962 E 63
Em pé: Eleonil, Branco, Cicico, Juazir, Nêga, Juarez e Alceu. Agachados: Leonel, Jaíco, Mário Simão, Dirceu e Alceu Pó.



   Na minha opinião, que convivi em campo e morando na república com Jair e amigos antoninenses, o melhor amigo dele no Atlético foi o Charrão. Carioca irreverente, tinha um emprego na prefeitura na fiscalização e o que mais fazia Jair Henrique dar risada, eram as explicações do Charrão quando ele aparecia com uma camiseta nova e Jaíco perguntava "Bonita a camiseta, Charrão. Qual é a barraca que você comprou?" E  ele saía do sério " Pô, Jair, logo você, um cara viajado, de família boa de Antonina, professor... Dessa, só tem lá no Rio, meu camarada!". Um dia, em 67, fomos jogar em Francisco Beltrão e só tinha um hotel. A parte nova de dois andares era de material e um baita conforto e Charrão que ficou se amarrando para pegar o quarto, acabou ficando na parte velha, de madeira e só tinha um banheiro do lado de fora... Jair, na sacada do hotel quase chorava de rir. Na viagem que demorou umas 18 horas, o Charrão depois de quase cinco horas jogando cacheta a dois, três reais por rodada, ganhou uns duzentinhos de hoje. Foi lá pra frente onde jogavam os diretores, entrou e na primeira repicada, não tinha dinheiro para cobrir a aposta. Pediu pro Jair  emprestar, mas alegava que já tinha visto o jogo dos outros e os homens não aceitariam, mas dizia "Olha, Charrão, eu com um jogo desses arrebentava com esses caras." E Charrão: "Pô, Jaíco, me empresta" e Jaíco: "Não posso." E, Charrão com aquele carona de bolacha preta, bem triste, perdeu, sem jogar. E Jair, se segurando pra não dar risada, foi consolando Charrão lá pro fundo do ônibus. Aquele CAP de 66, 67 era só pra dar risada.
 O CAP NO ROBERTÃO 1968
Em pé: Charrão, Bellini, Muca, Jair Henrique, Amaury e Gilberto. Agachados: Dorval, Zé Roberto, Nivaldo, Milton Dias e Nilson Borges.
       

10 comentários:

  1. Porvinha, o blog está excelente! Vai aí uma sugestão, insira no período de dezembro a fevereiro, informações sobre o nosso carnaval. Sei que você também é um estudioso da nossa maior festa cultural. Todos vão gostar. Mas não deixe de falar do nosso futebol amador.
    Um abraço!
    Jefferson Oliveira Fonseca

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    1. Jef, desculpe-me o atraso da resposta. Se, estudioso é estar no meio da avenida antes e depois que a escola passa, entrar em qualquer boteco que venda cerveja e pedir um banquinho pra poder subir nele e ver a próxima escola e acabar não vendo nada, tirar as fotos mais improváveis das escandalosas enchendo a cara pra tomar coragem e, às vezes, uma ex-escandalosa travestida de cidadão de bem e reclamando do pouco espaço, do bêbado que passa e quer lhe dar um abraço, pedir um troco... Bem, como a maioria joga ou jogou bola, acho que tenho material suficiente. Valeu, Jef!

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  2. Não é Nivaldo , e sim Paulista que está agachado no centro.

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  3. Olá , gostaria de agradecer essa publicação principalmente a foto do meu pai ( CARLOS COSTA) que foi zagueiro do atlético .

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    1. Olá conheci seus pais e tios em curitiba. Seu tio João Carlos era um grande amigo. Na época que seus pais voltaram do Canadá

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  4. Na foto do Clube Atlético Paranaense de 1966 (Campeonato Paranaense), o jogador Lateral Direito NENO está informado na foto como Zegmund. Alguém poderia corrigir, por favor? O Jogador NENO iniciou sua carreira como Zagueiro Central, mas no Atlético, jogou na posição de Lateral Direito.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Porvinha, antes de mais nada, meu nome é Marcelo Gelenski, filho do Zagueiro/Lateral NENO. Parabéns pelo trabalho!

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  5. Outros antoninenses que jogaram no atlético foram Walter e Amauri Tozetto

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