Osmair, Miro, Celso, Jamil e Nascimento
LINHA ATACANTE INESQUECÍVEL
A.A. 29 DE MAIO ANOS 50
Na
metade da década de 50, surgia uma linha atacante que entrou para a
história da A.A. 29 de Maio e nos corações da torcida vintenoveana.
Osmair, ponta direita de dribles longos, principalmente para
linha-de-fundo e de cruzamento perfeitos. Miro Pixote, driblador emérito, capaz de amendrontar qualquer marcador, com seu drible nas "canetas", de forma sutil, quase impossível de se evitar sem fazer faltas. Celso Vieira, o nosso Máscara, o show-men capaz de encantar a gurizada com dribles espetaculares, principalmente, quando era perto da arquibancada lotada. Batedor de pênalti seguro, de personalidade única. Jamil Fayad, o Turco (como Waldemar Garça o chamava), o cérebro desse ataque inesquecível. O melhor batedor de faltas e chute de fora-da-área da época. Um craque verdadeiro. Nascimento, o menos talentoso dos cinco, porém, titular absoluto desse grandioso ataque de 55 até 63, quando encerrou a carreira. Dono de uma jogada imbatível, que era cruzar rasteiro e forte para os atacantes, apenas, desviar para as redes. Além disso, era aquele enfrentava no braço as situações de jogo em que o bicho pegava.
Linha atacante inesquecível da A.A. 29 de Maio 1956 a 63 |
Osmair, era um jogador raçudo. Não tirava o pé nas divididas e chegar junto com ele, era encrenca na certa. Enquanto a meia cancha tocava a bola, Osmair procurava o seu espaço e quando Jamil, principalmente, lançava a bola em diagonal, ele tomava a frente do lateral e dificilmente não fazia o gol. Quando ficava cercado, era rápido e a linha de fundo era o seu reino. Ali, Osmair era o Cara. Tive a honra de jogar com ele e aprender a jogar na diagonal que aprimorei com Alex, quando joguei no S.C. Água Verde em 69. O Polaco não era fácil: deixava a gente na cara do gol, o jogo todo.
Celso Vieira, Celso Máscara, meu Craque favorito desde que eu pegava bola atrás do gol. Uma partida, somente, joguei com ele em Paranaguá, na famosa preliminar dos 8 títulos: 5 do Batel, um do 29 e dois do XV. Foi emocionante, pois, jogar pelo Batel tetra-campeão e campeão de 64, contra o XV bi-campeão de 62 e 63, sendo eu o representante do título de 65, foi demais. Era o mesmo Celso que via de fora. Chamava o jogo, tocava de letra, driblava curto e sabia por a gente na cara do gol. Zezo, Cicico, que eu me lembro, era a zaga do XV, que tinha Alceu, Argeu na direita, Juazir. Não foi mole, mas vencemos. Depois, ele me levou pro América de Joinvile, que junto com o Caxias, acabaram fundando o JEC, o Joinvile Esporte Clube, octa-campeão catarinense, mas essa é outra história e ele está aí, para contar. Desisti e fui pro Atlético.
Jamil Fayad. Esse, já lhe fiz uma crônica e farei tantas quantas forem as oportunidades. A simplicidade com que tratava a bola, o domínio, a cabeça sempre erguida. Os braços sempre indicando onde queria que a gente se posicionasse. Mesmo que pareça presunção, mas a única vez que fiz quatro gols em um jogo, foi na penúltima partida do 2º turno do campeonato de 65. O Matarazzo de Juri, Aírton, Deodato, Janguito e Ferreira, Mário Cangalheiro, Mingo e Marçalo, Sussumo, Harmínio e Piava não só era um baita time, como tinha se concentrado, pois se ganhasse do 29, iria disputar com o Batel o returno e então disputar conosco que havíamos vencido o 1º turno. Olha só o que aconteceu. Dos quatro gols, um eu peguei um rebote de um chutaço de Jamil de fora da área. Os outros três, foram de bola parada; Jamil apontava e eu obedecia. Ele jogava e eu cabeceava. Assim, simples. Janguito e Ferreira estão aí, que não me deixam mentir. Seu Onamar, também. Foi 6 a 1.
Nascimento, o mais modesto talento nessa linha de craques. Lembro, nos treinos que fazia em 65, quando ele pegava uma boquinha na ponta esquerda e às vezes, batia forte de lá, sempre dizendo: "Vai, Marquinhos!". A bola vinha queimando a grama e eu só desviava do goleiro. Que pena, não ter tido a oportunidade de jogar com ele. Dele, sempre formando aquele ataque maravilhoso, lembro que quando discutia com Celso pela bola muito forte e que Celso queria jogada para trás e não, rasante na pequena área. Ele dizia: "Centroavante tem que jogar dentro da área, bola atrasada é pra Jamir, pra Miro! Pra você é lá!" Nascimento Boca Larga, pai do meu querido Dagoberto, que tomou conta da zaga em 71, quando ganhamos o título amador. Fiquei muito triste, quando soube que terminou em uma cadeira de rodas. Impossível de imaginar aquela fortaleza sem saúde. Mesmo assim, Obrigado, Nascimento. Por todas as glórias que conquistou pelo 29 e pelos meus sonhos de menino. A todo esse ataque inesquecível, Obrigado, do Marcus Porvinha..
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