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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

LEONEL PIXOTE, DIRCEU, NEGA GIBI

A Locomotiva nº XV 

       No início dos anos 60, o Rolo Compressor tetra-campeão do C.A. Batel, começa a conhecer a força de um time jovem e bem arrumado por seu Chevalier, que trouxe a experiência adquirida nos campeonatos amadores de Curitiba e que veio gerenciar a Caixa Econômica de nossa cidade. Entretanto, se consagrou, como técnico de futebol do XV de Novembro S.C., levando ao bi-campeonato de 1962 e 63, uma equipe jovem formada na esteira dos poderosos 29 de Maio de Jamil, Miro Pixote, Osmair, Didinho, Patesco, Branco, entre outros. Ainda, enfrentando uma A.A. Matarazzo de uniforme bordô de Ferreira, Harmínio, Jocyr, Marçalo e mais meio time do Batel como o goleiro Pedrinho, Baíco, Nêne Pé de Pano, João Honório, advindos, ainda, da estrutura econômica dos áureos tempos da nossa portuária economia e que se transformou no grande adversário do alvirubro quinzista.
      Mesmo perdendo a estrela Jair Henrqiue para o Atlético Paranaense, o plantel era espetacular com a segurança dos goleiros Mário Simão (que também jogava de centroavante), Eleonil Cobertor, Eleonel Catita e Zéco. Nas laterais e zaga, o incansável Argeu, Juazir, o craque Cicico, Alceu Macaco, os veteranos Zezo, Henrique e Branco, além de Jocyr em 63. Na meia cancha o craque Nêga Gibi, o talento absoluto de Leonel Pixote, o garoto Ildemar. Para o ataque o XV contava com Juarez, Vadinho Urso, Otávio, Miltinho, Alceu Cipó e Alceu Pó. Contando com uma lista interminável de abnegados, as famílias de Domício, Athos e de seu Douglas, de Manequinho, eram os donos das festas nos dias de jogos do XV.  Além de tudo isso, tinha algo inusitado para fortalecer a equipe: a torcida feminina com rainha Kleise e toda a família Ferreira, colorindo as arquibancadas do 29 nos domingos de futebol;  
           Desses jogadores, a meia cancha de 1962 com Nega Gibi, Leonel, o experiente Dirceu e Jair Henrique, foi a locomotiva que dava o ritmo da defesa para o ataque. Jair saiu em 63, mas os personagens de hoje, deram conta do recado para o bi-campeonato.
           Nega Gibi, 1º volante como Ralf. do Corinthinas, na pegada à frente dos zagueiros, na cobertura dos laterais e quando precisava sair para o jogo, atuava como Arouca. Sabia fazero passe longo da meia para o atacante, com muita precisão. Dificilmente era vencido quando "chegava junto". (eu, que joguei decisões contra ele, sei bem disso, principalmente naqueles 29 de Maio x Estiva, no campo do Matarazzo. O bicho pegava. Ele, de zagueiro central e Macico, de 4º zagueiro. (Dava pra encarar?). Começou menino, 16 anos, no Internacional e aprendeu depressa no meio daqueles vetaranos como Agá, Benedito Couro-fresco e Arãozinho, irmão do grande canhoto Ariel, craque dos anos 40 e 50 pelo 29 de Maio.  Posso afirmar, pois vi, joguei com e contra ele: um jogador completo.
           Leonel Pixote, esse, se eu tivesse que lhe dar um outro apelido, o chamaria de Futebol-Puro (porque o Futebol era ele), Futebol-Arte (porque a bola lhe obedecia e ela fazia o que ele queria), Futebol-de-Pelada (porque a alegria com a qual ele brincava com a bola, transformava a pelada em um circo, com direito a pipoca e refrigerante). Leonel, filho do seu Pixote, o homem que eu pedia pra amaciar minhas chuteiras Gaeta pra ver se me passava um pouquinho daquele futebol maravilhoso.
     O XV tinha tudo isso de Leonel. Dependendo das circunstâncias, ele jogava de zagueiro! E, dos melhores que já vi. Fui campeão com ele no 29 de Maio em 1965, com ele no meio campo, na companhia de Jamil Fayad, do seu irnão Gito e Herbert, o jogador que não errava passes Joguei em um dos maiores times do C.A. Estiva, onde fui artilheiro da Taça Paraná, em 73, e ele era o meu zagueiro com a companhia  do zagueiro mais completo que joguei, que é o meu Amigo Paulo Capivara. Certa vez, em 71 (quando fomos novamente campeões pelo 29, em um jogo contra o XV e que estávamos perdendo por 2 x 1 e só com nove jogadores (um dos expulsos foi João Renato), Leonel foi para a zaga e me convidou para ficar na cabeça-de-área. Deixamos só o Pedro Guduva no ataque. De repente,  Gegêco fez um lançamento e Leonel correndo para a área com dois atacantes do XV. Sabe o que Leonel fez? Quase na marca do pênalti, ele ameaçou tocar para o goleiro e pisou na bola e os dois passaram reto. Moral da história: Guduva fez dois gols em contra-ataques e ganhamos a partida. Depois, disputamos o título com a Estiva, lá no Matarazzo, e fomos campeões de 1971. Nas seleções antoninenses, sempre Leonel, humilde e risonho era o Cara. Inesquecível!  
                                    Dirceu. filho do seu Reginaldo, irmão de Dirce, Mãe de Peme e de Gorgó, já no final dos anos 50, formava a meia-cancha com Livico (de quem Jamil era fâ), Formou dupla de área no ataque, com um dos maiores centroavantes matadores dos anos 50 e 60,  o irmão de Branco, seu Aércio, o maior conquistador de títulos de futebol amador de Antonina) e depois, com os craques Nega Gibi, Leonel e Jair Henrque, formou um dos maiores meio campo da história do nosso futebol. Dirceu driblava curto e era eficiente. Sabia fazer tabela e finalizar com rara qualidade. Quem não o conhecia, parecia ser um cara fechado, mas ele era um cara que se concentrava no jogo. Quase não se ouvia falar em campo; só jogava e muito. Pena, que não tive a oportunidade de jogar com ele. Contra, só naquela preliminar de Seleto x Londrina, em Paranaguá, na única vez que vesti a gloriosa camisa batelense. Dirceu era do tempo que se treinava quatro vezes na semana, dormia cedo no sábado (no máximo, às 23 hrs, se não, não jogava) e domingo, só tinha clássicos, arquibancadas 500 pessoas e as cercas do campo, lotadas. Eram os artistas da bola e mereciam esse público..  

O ESQUADRÃO DO XV DE NOVEMBRO S.C.  CAMPEÃO DE 1962

 

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Querido Luis, ontem de madrugada clquei no publicar e só tinha escrito sobrte o Nêga Gibi. Agora está completo. Desculpe a nossa falha e obrigado pela gentileza. Abraço do Marcus Porvinha.

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