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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

LAERTES, MÁRIO E FERREIRA

Do Itapema ao Matarazzo, a Arte do futebol antoninense

       Auriverde e Alviverde. Duas associações que fizeram história em nosso futebol. O auriverde Clube Atlético Itapema, nem tanto por títulos, mas por revelar e abastecer diversos times da cidade, inclusive e primeiramente, o alviverde Matarazzo Futebol Clube, o grande tri-campeão de 1933, 34 e 35, . Abaixo, o Campeão Invicto de 1948. (Ano, em que eu nasci).
         Grandes jogadores, atletas marcantes nos anos 50, até meados de 60, que tive o prazer de vê-los jogar um futebol à altura das tradições de seus clubes, tendo cada um seu estilo, sua luz própria. 

Laertes, o pequeno grande zagueiro do Itapema e Matarazzo, que depois, foi ser bi-campeão pelo 29 de Maio em 56-57.
            Revelado no Matarazzo F.C., Laertes era dono de uma impulsão que lhe compensava no jogo aéreo, normalmente praticado contra centroavantes fortes, como eram chamados os peito-de-aço na década de 40, 50 (assim como Laertes, eram também baixinhos, Alceu Freitas que jogava e muito no XV,  Anibinha, zagueiraço tetra-campeão do Batel, entretanto, espetaculares nesse fundamento). Só lamento, não ter tido a honra de jogar contra ou a favor do Laertes, mas o que vi esse zagueiraço fazer foi o suficiente para admirá-lo, também, como pessoa. 
       Entretanto, quanto a Alceu e Anibinha, pude sentir o peso da marcação ao vivo jogando contra eles; eram umas pedreiras, como se diz na gíria do futebol. Porém, deles, jamais levei qualquer pancada. Alceu gostava de dizer "Aqui não, menino!" Seu Anibinha, ficava apontando pra mim e mandando Baíco chegar junto. Esse, era dureza; jogava muito, mas quando queria, sabia bater e também, muito. Anibinha, não. Seu Aníbal, afinal, morava a uns 20 metros da casa de Vovó Esther que era muito amiga de Nhá Nica, mãe de Mauro e de Seu Zeco e acho que era sua sogra, além do que, ele era guerreiro, raçudo e esse tipo de jogador impunha respeito sem bater, sem xingar. Do que me lembro, era ele dizendo:  "Baíco, não dê espaço pro Porvinha, se não, não pega mais." (decidimos o título de 65 contra eles: 2 a 2 e ganhamos, invictos, o campeonato de um Batel que tinha Pedrinho, João Honório, Duia, Baíco e Macico, Vadinho e Romário, Osmair, Pimenta, Lilinho e Mililique. Tá bom ou quer mais?)

                                            O esquadrão do Matarazzo em 1959
         _________,      Carlos                Harmínio             Marçalo                  Sílvio
           Mário Cangalheiro, pai de Aélcio Baiaco, segundo seus grandes admiradores Onamar, Nelson Cavalo Branco, inclusive hoje, ouvi de Odilon, zagueiro bi-campeão de 56-57 pelo 29 e vice de 58, pelo Internacional, que Mário era o que hoje se chama de 1º volante, aquele que dá o combate e atua como meia armador, quando sai pro jogo. Respondi que sabia bem o que ele estava falando, porque contra esse, embora em final de carreira no Matarazzo, tive a honra de jogar. E, Odilon arrematou: "É, eu queria ver você enfrentar um Mário Cangalheiro quando ele tinha 21, 22 anos. Era uma tranquilidade quando ele jogava na frente da zaga".     
                                     O Matarazzo, em Morretes, em 1960
 Em pé: Mingo, Sussumo, Zuze, Marçalo, Sílvio e Aramis.                                                      Em baixo: Harmínio, Janguito, Laertes, Deodato, Ferreira, Mário e Hugo.
            Seu Ferreira. Quando foi para o exército, serviu no Rio de Janeiro. Foi convocado para a seleção brasileira nos jogos militares sulamericano. Pois, é. Seu Onamar me dizia assim: "Quando for pro lado dele, não vá pra cima que ele vai tomar a bola de você. Drible pro lado de dentro, na direita dele, quando tiver um metro, um metro e meio.. Se você for pra cima, ele vai deixarvocê ir pra linha de fundo e daí você não sai mais. Não teime!" (o que eu levei de bronca do seu Onamar, enquanto não aprendi. Ferreira dizia "Você é sabido, pra cima de mim você não vem mais, né? Pois, é, acontece que indo pro meio eu tinha que enfrentar Deodato e Janguito. Ali, o pau comia.
              Mas, seu Ferreira, canhotinha de ouro, fazia lançamentos com precisão e batia pênalti com a maior tranquilidade. Jogava muito e vê se pode, foi bi-campeão pelo 29 em 56-57, quando veio meio time do Matarazzo: o goleiro José, Deodato, Sussumo, Laertes, Mário Cangalheiro e o centroavante Walter. Daí, juntou com Onamar, Patesco, Jamil, Peniche e não deu outra. Campeões de 1956. Vá fazendo as contas. Passou os anos 60, jogando no Matarazzo e foi campeão em 1968, Chega? Tem mais. Foi, ainda, Campeão pelo Ceará E.C. em 1974. Dá mais ou menos uns 20 anos. Esse merece o nosso aplauso.
                
          

3 comentários:

  1. Parabéns pelo blog, meu amigo. Você resgata nossas glórias futebolísticas.
    grande abraço
    Luiz Henrique

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  2. Assino embaixo do que Luiz Henrique escreveu aí em cima, Porvinha!
    Porvinha, por onde anda nego Duia, irmão mais novo de João Cascalho?
    Edson Chulé

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    1. Meu Querido Edson, você não tem idéia da importância do seu comentário. Saber que você gosta, cabe também, você sugerir, corrigir. Escreva sempre. Quanto ao grande zagueiro Duia, foi para o Palmeiras de Blumenau nos anos 60 e ficou por lá. Duia foi meu colega de Brasílio Machado. E João Ramalho, meu querido Cascalho, eu o vejo sempre e gosto muito dele, só lamento não poder ajudá-lo mais. Logo, os dois vão ser meus personagens. Já está pronta a postagem.. Um Abraço do Amigo Marcus Porvinha.

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